Colunista Ilma Geovanini

Ilma Geovanini é formada em Marketing, publicitária com mais de 20 anos de experiência, especialista em Gestão de Mídia Digital e BI pela ESPM de São Paulo e tem MBA em Marketing Político e Comunicação Governamental pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

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Vale tudo nas redes sociais? Como deve ser a presença digital de instituições do Terceiro Setor

A presença web ou presença digital se tornou uma regra para a comunicação de todas as marcas. E isso também vale para as instituições de Terceiro Setor. Isso porque o Brasil ocupa o 3º lugar entre os países que mais usam as redes sociais no mundo. YouTube, Facebook e Instagram encabeçam a lista das três plataformas mais acessadas. São 131.506 milhões de contas ativas, segundo um estudo da Comscore.

Sendo assim, é inimaginável pensar que uma organização não governamental (ONG) não tenha um canal em uma dessas redes.

As redes sociais possibilitam que empresas e instituições mostrem, gratuitamente, o seu trabalho e a sua atuação a uma enorme quantidade de pessoas. Mas mesmo assim, para ter canais efetivos, a organização terá de entender um pouco sobre o funcionamento de cada plataforma, identificar o seu público-alvo e entender que devem ser aplicadas algumas regras básicas do marketing tradicional.

Um fator importante na estratégia de marketing nas redes sociais é a definição do tom da instituição. A brand persona, como é chamada, é o personagem que traz os valores e a voz da organização, e que dá personalidade a ela. É ela quem vai guiar a equipe no contato com o público, seja na gestão de respostas ou em qualquer outro canal de atendimento.

Um bom exercício para começar a brand persona é começar imaginando que tipo de pessoa a instituição seria se fosse um ser humano.

Por outro lado, na hora de escolher os canais, além de considerar a brand persona, alguns outros fatores devem ser avaliados. São muitas as plataformas disponíveis e todas as instituições podem estar em qualquer uma dessas, mas não necessariamente em todas.

O fator que consideramos ser o mais importante é se a instituição tem equipe para gerar conteúdo personalizado para todos os canais. Sim, porque cada um deles tem suas características e linguagem específicas, além de públicos variados.

Muitas vezes, ter um ou dois canais atualizados constantemente com conteúdos planejados traz mais resultados. Melhor ainda se a equipe se dedicar a conhecer e explorar todos os recursos dessas plataformas.

O que acontece na maioria das vezes, é que os profissionais não exploram os recursos e formatos disponíveis e perdem oportunidades. Para conhecer e entender as redes é necessário fazer testes. Teste o conteúdo, teste a redação e os formatos até entender o que mais funciona para o seu público.

E quanto ao conteúdo, o que postar?

Considerando que cada rede social tem características próprias, é difícil dizer aqui o que postar. Mas, para desenvolver conteúdos eficazes e obter melhores resultados, há algumas dicas básicas.

Como dito anteriormente, conhecer bem a plataforma e entender os formatos de cada conteúdo para que o espaço fique organizado e atrativo é fundamental.

Assim, antes de decidir as estratégias de conteúdo para as plataformas da sua organização, considere os seguintes aspectos:

  • As editorias, ou seja, os assuntos que serão postados, devem estar bem definidos. E sobre os temas, é importante comunicar, frequentemente, o trabalho da instituição e os benefícios para a sociedade.
  • Faz muito bem à comunicação digital investir em transparência nas ações. Mostrar onde estão investidos os recursos recebidos e quais melhorias eles trouxeram, por exemplo, é uma excelente forma de fazer isso.
  • As pessoas gostam de boas histórias. Então, utilizar as técnicas para criar narrativas envolventes e que agreguem valor à instituição, é uma boa ideia (Storytelling).
  • As redes sociais são visuais, dito isso, vale ter atenção ao design. É recomendado dar preferência às fotos reais e a layouts menos poluídos.
  • Na rede social, as pessoas ganharam mais voz e estão livres para interagir. Sendo assim, é comum vermos reclamações e outras ações que podem prejudicar a instituição. Um bom plano de gestão de crise vai contribuir para resolver essas questões e ajudar a manter a boa imagem da instituição perante a sociedade.
  • Interagir com o público é muito importante. A gestão de resposta, apesar de pouco valorizada, é parte fundamental no sucesso de uma marca/organização nos canais digitais e deve ser planejada e priorizada. Esse relacionamento é responsável por aumentar o alcance e por aproximar a marca de seu público.
  • Por fim, esqueça a ideia de angariar seguidores a qualquer custo, eles chegarão aos poucos, se o trabalho for bem feito e despertar o interesse dos usuários certos para a sua marca.

Iniciar ou organizar um trabalho de presença digital requer estudo, mas acima de tudo, estar atento ao público. Dele vem os melhores insights para melhorar a comunicação e a presença digital das instituições do Terceiro Setor.

 

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