Curso gratuito para mulheres negras e indígenas do ES
A ação do projeto é voltada para a Produção Cultural, com aulas sobre diversos assuntos como políticas públicas e financiamento à cultura
Mulheres negras e indígenas cis, trans e travestis da cultura popular já podem se inscrever para uma formação em Produção Cultural realizada pelo projeto Produtora Escola. O curso será realizado entre os dias 4 de junho e 27 de agosto, no Museu Capixaba do Negro (Mucane), Centro de Vitória.
Ao todo, serão selecionadas 40 participantes, sendo que 10 vagas serão reservadas para residentes de outros municípios da Grande Vitória. Caso não sejam preenchidas, serão destinadas para pessoas da Capital.
As interessadas devem se inscrever gratuitamente neste link. No entanto, para participar, as mulheres devem ter, no mínimo, 18 anos, e serem moradoras de favelas e periferias de Vitória.
Além disso, é preciso atuar em projeto, grupo, manifestação, linguagem artística, coletivo, associação, comissão, instituição ou qualquer inciativa da cultura popular (saberes, tecnologias sociais, tradições, identidades, patrimônios, memória, linguagens, ciência, intelectualidade, artes e demais manifestações da cultura que são produzidas, preservadas, mantidas e passadas de gerações em gerações).
A formação será das 19h30 às 21h30, todas as terças e quintas-feiras. Duas aulas acontecerão nas quartas. Os temas abordados serão políticas públicas, financiamento à cultura, produção cultural, questões contábeis, elaboração de projetos, produção cultural em projetos para povos originários e tradicionais, quilombolas, arte de rua, hip hop, samba, noções de cenografia, iluminação e sonorização e organização de eventos culturais.
Os educadores formam uma equipe diversificada, com quilombolas, indígenas e artistas das mais diversas áreas: Léia, André Stefson, Vivian Cunha, Luiza Mollulo, Karen Pataxó, Karlili, Dandara, Amora Gasparini, Miriane Barreto e Rômulo Correa.
A carga horária é de 54h. Todas participantes ganharão um livro sobre produção cultural e terão suas passagens custeadas por meio da concessão do Cartão GV.
Haverá lanche todos os dias, além do Quintal Erê, um espaço brincante para as crianças das alunas e a equipe de produção, para possibilitar a participação das mulheres nas atividades, tanto das profissionais que atuam no projeto quanto das alunas.
O Produtora Escola é uma iniciativa da Ciclo Escola e tem patrocínio do Projeto Rubem Braga, da Prefeitura de Vitória. A coordenadora do projeto, Karlili, explica que a iniciativa é um projeto de educação popular, um espaço de formação na cultura popular.
“É um território de troca de saberes que valoriza todos os saberes a partir das nossas tecnologias sociais e ancestrais. A Formação em Produção Cultural celebra o início das atividades. Nosso objetivo é nos fortalecermos e compartilharmos o nosso modo de organização e trabalho”, diz.
Karlili destaca, ainda, o protagonismo feminino na cultura popular. “Todo grupo, coletivo, manifestação da cultura popular, tem sempre uma mulher que movimenta as coisas, que está no front da luta pela manutenção da tradição ou na organização das atividades. Foi pensando nessas mulheres que nós elaboramos a Formação em Produção Cultural”, afirma.
Mapeamento
Outra atividade que faz parte do Produtora Escola é o mapeamento das mestras no Espírito Santo, que será feito até agosto de 2024. O projeto quer mapear as mulheres que são referências no Espírito Santo, com uma trajetória nas diversas manifestações e áreas da cultura popular.
O objetivo é dar visibilidade às mestras da cultura popular e cobrar políticas públicas, uma vez que o mapeamento será entregue aos gestores públicos junto ao resultado dos debates que acontecerão nas aulas. Qualquer pessoa pode contribuir com o mapeamento por meio deste link.
O Produtora Escola é uma realização da Ciclo Escola com patrocínio do Projeto Rubem Braga e apoio do Mucane.