Websérie feita por jovens da periferia de Vitória será lançada em evento neste sábado

O NarraPeriferia Conecta é um evento aberto ao público com campeonato de xadrez, concurso de cosplay e até lançamento de HQs

Os jovens da Grande Vitória vão ter um dia totalmente voltado para atividades culturais, neste sábado (24), das 10h às 17 horas, no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), em São Pedro, Vitória. O NarraPeriferia Conecta é um evento aberto ao público para marcar o encerramento do Projeto Narrativas Periféricas.

Entre as atrações, terá campeonato de xadrez, concurso de cosplay, roda de conversa, lançamento de histórias em quadrinhos e de uma websérie, além de exposições.

Uma das exposições é composta de registros da Formação em Quadrinhos e da montagem das Gibitecas criadas pelo Narrativas Periféricas nas Unidades Socioeducativas. A outra é o Espaço Menó Nerd, que terá jogos de tabuleiro, pecinhas, pipoca, materiais para colorir e montar; games e quiz.

Entre o horário de 10h30 e 13h, haverá one-shot de RPG com o coletivo Feudo Rosa, da Serra, em comemoração ao Dia Nacional do RPG, celebrado na mesma data do evento. A programação da tarde terá início às 13h, com o concurso de cosplay.

Às 14h, o evento contará com a roda de conversa ‘Quadrinhos: educação no cárcere’ e, em seguida, haverá apresentação de Slam. Às 15h30, ocorrerá o lançamento da HQ NarraPerifa, produzida pelos participantes e educadores da Formação em Quadrinhos, realizada em outubro de 2023, além do lançamento da websérie do Projeto Narrativas Periféricas.

Essas são algumas das atividades que fazem parte da programação do NarraPerifa Conecta, do Projeto Narrativas Periféricas, realizado pela Ciclo Escola. A coordenadorageral do Projeto, Karlili Trindade, afirma que, passados quase sete meses do início do Narrativas Periféricas, é hora de celebrar.

“O resultado do projeto fala por si, um monte de gente transformada, valorizada, visibilizada, se sentindo segura e tendo voz. Construindo sua própria história. O NarraPerifa é onde as nossas histórias se encontram e, na boa, deu certo demais”, comemorou Trindade.

O Projeto Narrativas Periféricas é realizado pela Ciclo Escola, conta com patrocínio da empresa Transportadora Associada de Gás (TAG), viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), além de apoio da Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AITG), do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) e da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória.

Histórico

O Narrativas Periféricas teve início com uma Formação em Quadrinhos, realizada em setembro para as juventudes indígena, negra, periférica e da comunidade LGBTQIA+.

Um grupo de participantes da formação foi selecionado para ministrar oficinas de quadrinhos no mês passado, nas Unidades Socioeducativas do Espírito Santo. Cada um recebeu uma bolsa no valor de R$ 1.200,00 para atuar como instrutores. Também foi selecionada uma participante indígena para dar a oficina na Associação Indígena Tupiniquim e Guarani, localizada na aldeia Caieiras Velha, em Aracruz.

No início de dezembro, o Narrativas Periféricas encerrou uma outra etapa, que foi a entrega de 14 gibitecas nas Unidades Socioeducativas do Espírito Santo, possibilitando aos socioeducandos o acesso à leitura de quadrinhos, mangás, graphic novels, fanzines e cordéis, entre outras produções do universo geek.

A construção das gibitecas envolveu a aquisição de 60 almofadas e pufes, como parte do mobiliário, 163 metros de tatame, 3.600 exemplares para os acervos, além de 450 metros de área grafitada, já que cada gibiteca conta com painéis em grafite pintados por um time de 12 artistas: Camaleão, ED Brown, Fel, Fredone, Jotta, Karen Valentin, Luhan Gaba, Menoon, Rudinho, Starley Bonfim, Nico e Thiago Balbino. Já nas unidades de semiliberdade, foram realizadas oficinas de grafite para criar os painéis.

O acervo das gibitecas é composto por exemplares doados durante uma campanha realizada em Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Vitória, no Espírito Santo, além de unidades compradas em sebos, editoras e diretamente com autores negros e periféricos.

A proposta é que os jovens, que cumprem medida socioeducativa e representam um recorte específico da periferia, possam entrar em contato com obras de artistas que também são periféricos, estimulando seu engajamento no universo geek a partir da identificação de seus pares.

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