Apesar das dificuldades, Terceiro Setor capixaba segue na luta contra as desigualdades

No ES, importantes iniciativas e projetos têm conseguido sobreviver e até se destacar, apesar das muitas adversidades como é o caso do Instituto Ponte

Se para a iniciativa privada, 2022 já foi um ano difícil e desafiador, imagine para as ONGs sem fins lucrativos, que dependem da boa-vontade e doações de terceiros.

Enfrentando um cenário de inúmeras dificuldades, potencializadas nesses dois anos de pandemia, o Terceiro Setor capixaba tenta avançar para se manter atuante. As missões continuam árduas: reduzir as mazelas e disparidades sociais, amparar públicos em situação de maior vulnerabilidade e oferecer oportunidades de educação, capacitação e aprendizado. E tudo dependendo da solidariedade alheia.

No Estado, importantes iniciativas e projetos têm conseguido sobreviver e até se destacar, apesar das muitas adversidades.

Eleito pela quinta vez consecutiva como a única ONG do Espírito Santo entre as 100 melhores do Brasil, o Instituto Ponte (IP) é um bom exemplo. A entidade é focada em conectar solidariedade a jovens talentos em situação de vulnerabilidade social, transformando contribuição em educação. Após seis anos de atividades, já conta com alunos em cinco Estados e 42 municípios. Somente neste ano, atendeu 230 estudantes, num crescimento de 17% em relação a 2021.

E manter jovens de baixa renda estudando não é tarefa fácil. Sobretudo diante de um cenário nacional preocupante e que segue na contramão: dois anos após a pandemia, 11% dos jovens abaixo de 19 anos que ainda não haviam terminado a educação básica deixaram a escola (Unicef, set22).

“Hoje temos pelo menos 20% dos alunos fluentes em inglês. E nossos 40 universitários estão firmes e progredindo, engajados em seus cursos; sessenta e cinco por cento deles, inclusive, participam de atividades extraclasse. E isso num país onde o índice de abandono do ensino superior é de 36,6% (Semesp, 2022)”

– Bartira Almeida, fundadora e presidente do Instituto Ponte

Segundo Bartira, entre as metas da instituição para 2023 está aumentar o número de jovens atendidos. “Queremos terminar o próximo ano com 270 alunos, num crescimento de mais 17%, e seguir com o nosso propósito de sermos a ponte para a ascensão social em uma geração, por meio da educação de qualidade, para esses jovens em vulnerabilidade social”, explica.

Também visando apoiar as populações mais vulneráveis, a Federação de Fundações e Associações do Estado do Espírito Santo (Fundaes) lançou uma iniciativa que tem revolucionado a forma de fazer solidariedade no Estado. Criou o FIC (Fundo de Investimento Comunitário Capixaba) que, mais que ajudar com ações de emergência, tem contribuído com projetos de geração de renda, desenvolvimento comunitário, oportunidades de empreendedorismo, promoção de negócios sociais, fortalecimento da organização e formalização de iniciativas já existentes nas comunidades cuja população local está vulnerável.

Somente neste ano, o FIC acumulou cerca de R$ 180 mil, recebidos em doação espontânea, e desvinculada de incentivo fiscal, de pessoas físicas e empresas e, ou instituições. “Este valor acumulado em 2022 tem permitido custear sete projetos abrangendo o estado do Espírito Santo e para 2023 os seus resultados serão uma ‘vitrine’ que vai estimular novas doações para novos projetos sociais a serem selecionados”, acredita Robson Melo, presidente Executivo da Fundaes.

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