De atendente em restaurante a presidente do IOB: veja a história de Verônica de Jesus

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, o UmSocial entrevistou a cofundadora do instituto

Há 32 anos, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. O principal objetivo é servir como uma reflexão para mulheres negras, indígenas e de comunidades tradicionais, além de fortalecer as organizações voltadas às lutas dessa população.

Já no Brasil, em 2 de junho de 2014, foi instituído por meio da Lei nº 12.987, o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Uma homenagem a uma das principais mulheres, símbolo de resistência e importantíssima liderança na luta contra a escravização.

Em homenagem a essas datas importantes, o UmSocial conversou com Verônica Lopes de Jesus, que é uma mulher preta administradora, presidente e cofundadora do Instituto Oportunidade Brasil (IOB), além de fundadora do Clã das Pretas.

Veja a entrevista na íntegra

UmSocial – Há quanto tempo você está à frente do IOB?
Verônica de Jesus: Começamos a sonhar com o IOB em 2019. No final de 2020 ele nasceu.

O que vc pensa sobre a atuação no terceiro setor?
Sempre fui apaixonada pelo terceiro setor. Acho inspirador como pessoas comuns, muitas vezes sem recursos, conseguem realizar trabalhos incríveis que transformam a vida de milhares de pessoas. A maioria das ONGs do país é formada por pequenas instituições que sobrevivem com poucos recursos e, mesmo assim, estão por todo o Brasil, mudando vidas.

Como é ser mulher negra e atuar em um cargo tão importante?
Ser uma mulher negra, dirigente e fundadora de uma ONG é um desafio diário. Minha experiência de mais de 25 anos como gestora de pequenas e médias empresas me ajudou muito nesse desafio, mas não me blindou completamente. Muitas pessoas ficam surpresas ao descobrir que sou a fundadora e presidente da instituição.

Quais são suas expectativas para o setor neste ano e no futuro?
Minha expectativa é de ver cada vez mais o terceiro setor profissionalizado, o que gera benefícios para todos do setor, pois promove uma gestão mais transparente e responsável, melhorando a credibilidade das organizações junto aos doadores e à comunidade.

O desenvolvimento e o aprimoramento de ferramentas são importantes para que possamos medir o impacto das organizações e para que possamos firmar parcerias estratégicas. Acredito que essas ações resultarão em mais recursos para o setor, ampliando assim o alcance das ações promovidas pelas instituições.

Vi que você começou como atendente em uma rede de fast food e passou pelo Ponte até achegar no IOB. Além de ainda ter criado o Clã das Pretas. Conta como é olhar para trás e enxergar todo esse sucesso.
Olhar para trás e refletir sobre minha jornada desde o início como atendente no McDonald’s até o momento presente é uma experiência gratificante e cheia de aprendizados. Cada passo dessa trajetória contribuiu para minha evolução pessoal e profissional, me desafiando a crescer, aprender e me reinventar constantemente.

Ter pessoas ao meu lado que acreditaram em mim, me deram oportunidades e ofereceram apoio foram fundamentais para eu chegar até aqui.

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