Projeto abre 20 vagas para oficina com bolsa de R$ 600
A ação é baseada em uma obra de Conceição Evaristo. Podem se inscrever mulheres trans, cis, travesti e pessoas não binárias
O projeto CineMarias abriu 20 vagas para o LAB “Escrevivências, memória e narrativas”, uma oportunidade para mulheres e pessoas não binárias da Grande Vitória refletirem sobre suas múltiplas vivências, corpos e territórios e criar narrativas coletivas.
As inscrições podem ser feitas até a próxima terça-feira (16). Além de ser gratuita, ação oferecerá uma bolsa de R$ 600. A responsável por ministrar o tema será a professora e especialista no tema, Rosane Borges, na Grande Vitória.
Podem se inscrever mulheres trans, cis, travesti e pessoas não binárias, preferencialmente, pretas e pardas, que tenham sido vítimas de alguma situação de violência doméstica e familiar, e residentes de territórios de vulnerabilidade social da região metropolitana ou inscritas no CADúnico.
Ao todo são 20 vagas e as inscrições e o regulamento estão disponíveis no site do projeto https://cinemarias.com.br/inscricoes/.
Durante o laboratório, que acontece de 29 de julho a 2 de agosto em formato presencial, as participantes são orientadas a construir textos em cima de suas vivências, territórios e memórias, promovendo um espaço de empoderamento e transformação social.
Além disso, elas também irão revisitar literaturas negras e feministas que vêm ganhando destaque, levando à análise crítica do seu papel, em múltiplas camadas, na criação de um novo imaginário de vida coletiva.
A imersão será realizada, principalmente, a partir dos livros de Conceição Evaristo, que se convertem em plataforma de análise de uma série de questões que incidem sobre um mundo com fome de equidade de raça e de gênero e de alteridade – capaz de reconhecer as singularidades de cada indivíduo e combater o racismo.
Um convite a escrever sobre si mesmo e questionar a sociedade e a ideia de mundo que projetou, pela literatura, um ideal universal que deixou de fora expressões e formas manufaturadas por grupos historicamente discriminados.
Roseane Borges
O conceito será introduzido por Rosane Borges, que é jornalista, escritora e doutora em ciências da comunicação com pós-doutorado na área. Roseane também é consultora líder em raça e gênero e produtora de inteligência da Rede Globo.
Ela coordena a Escola Longa, uma experiência de educação on-line, voltada para saberes e fazeres das culturas e pensamento negros, além de contribuir com artigos para a seção Ilustríssima da Folha de São Paulo.
É autora de diversos livros e em sua carreira recebeu os prêmios “Destaque Acadêmico”, da Câmara Brasileira de Cultura (2018); “Presença Negra”, do Coletivo de Artistas e Intelectuais Ligados à Cultura (2016) e Homenagem do grupo “Fala Preta!”, pelo compromisso com a população negra (2006).
Os encontros do LAB também contam com uma roda de acolhimento e palestras sobre a Lei Maria da Penha e Diversidade e Equidade de Gênero e, ao final, será produzido um documentário de curta-metragem a partir dos depoimentos sobre a relação das participantes com suas memórias, vivências e territórios.
Documentário
Essa obra documental será lançada durante a 3ª Mostra CineMarias, que acontece entre 19 e 21 de setembro no Cine Metrópolis, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Campus de Goiabeiras, Vitória.
O projeto CineMarias é uma iniciativa que trabalha ativamente na sensibilização sobre diversas pautas dos direitos humanos no país, incluindo o protagonismo feminino, a equidade de gênero e de raça e enfrentamento à violência doméstica.
Além disso, é inspirado na Lei Maria da Penha, uma das ferramentas mais importantes de combate à violência contra a mulher no Brasil. Durante a programação da Mostra podem ser conferidas ações de conscientização da Lei Maria da Penha e de retificação de nomes.
O projeto é realizado pela Lúdica Audiovisual e Púri Produções, com produção da Odoyá Arte e Cultura, e conta com patrocínios da Synergia Socioambiental, da Leroy Merlin e da ES Gás, com o apoio cultural do Instituto Energisa e da Ufes, por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura (MinC) e da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria da Cultura (Secult).